Meu nome é Albrecht Fritz, eu sou um condutor de tropas especializado em veículos leves, vulgo motorista. Apesar do que eu vou contar eu me considero um homem com boa sorte.
Pois bem, senhores e senhoritas, peço desculpas pelos modos, mas acho que preciso contar a vocês a minha história, né?.
Eu nasci em Berlim, meu pai era dono de uma padaria e nós tínhamos muitos problemas com os judeus, raça inferior,só querem nosso dinheiro, né?. Por causa desses vermes, me desculpem, minha família sempre teve que trabalhar duro, minha mãe ficava em casa cuidando de oito filhos, dos quais eu sou o mais velho e eu ajudava meu pai, quando eu fiz dezesseis resolvi que gostaria de entrar no jovem exército do Fürher, nós iríamos limpar a nossa querida Alemanha daqueles porcos imundos que roubavam nossas coisas, né? Pois bem, aprendi de tudo no exército, mas eu gostava mesmo era dos carros, aviões e tanques, aquilo que era bonito, ah e, lógico, eu gostava muito das lindas secretárias, né?... Engraçado, ruivinha, eu tenho a impressão de que já vi você no quartel, né?...
Bom... um belo dia, já durante a guerra eu estava conduzindo meu esquadrão para uma missão importante e secreta, tínhamos que caçar um judeu forte.
Os judeus em sua maioria são fracos e indefesos, mas nossas ordens foram para desmaiá-lo o mais rápido que conseguíssemos. E assim, fomos.
Nosso grupo estava animado, preparados para a nossa importante missão para a divisão secreta do Fürher, que na minha opinião é onde se encontram as grandes tetéias do Reich, né? Eu queria ter sido promovido, aquelas secretárias adorariam andar nos possantes carros da SS, né?. (Por que você está me olhando assim, ruivinha?)
Bom, quando nos aproximamos do local da missão nós sofremos um acidente, colidimos com alguma coisa bem pesada, eu bati com a cabeça no volante e, tecnicamente, morri, né?. Porém, nós colidimos com o nosso alvo e então o trabalho ficou fácil, os meus companheiros acharam que eu havia desmaiado e me colocaram no banco de trás junto com o meliante que eles acabaram de abater. Mas o infeliz estava sangrando e aquele sangue foi pingando na minha boca até o QG. Foi um pouco mais tarde que eu vi tudo mudar...
Centenas de informações foram sendo despejadas na minha cabeça e eu achei que ia ficar louco... irônico, né? Eu parecia que devorava aquelas informações, milhares de vozes falando na minha cabeça, contando histórias, narrando fatos ou, simplesmente, gritando.
Eu matei todos os meus companheiros, o carro ficou abandonado na rua e o tal Cistus levado pela SS. Eu vaguei sozinho uns dias até descobrir que eu tinha virado esse negócio esquisito, né? Mas eu acabei despertando a inimizade de um ser e ele gritou que o nome dele é... (silêncio)
Muito prazer, jovens, meu nome é Mithras... Por favor, não façam essa cara de espanto, eu entendo como deve ser surreal estar na presença do filho mais velho do fundador Ventrue, mas acalmem-se, eu não quero machucar ninguém. Na verdade, eu gostaria que um de vocês me respondessem como eu cheguei até aqui. Infelizmente, nesses últimos anos tenho sofrido de algumas perdas de memória... mas isso não interessa a vocês, não é mesmo? Pois bem, vejo que essa cidade é uma bela cidade de belas mulheres, mais bonitas até que as da minha querida Itália. Creio que poderia me instalar aqui com facilidade. Oh! Não, não, crianças, eu adoraria partilhar com vocês alguma das minhas histórias, afinal, não é todo dia que se encontra um membro tão antigo e poderoso. Como vocês sabem, eu fui o detentor das terras da França durante as revoluções em que os Ventrue derramaram seu poder sobre os Toreador, um pena, mas eles tem melhor vocação para escravos mesmo.
Acho que posso ficar mais uma hora ou duas, talvez um bom vinho, que tal?...
...Mithras... Isso! Foi o nome que ele me gritou, acho que ele também é um vampiro, né? Bem, não importa. Acontece que agora eu preciso que vocês me respondam uma coisa: Vocês sabem me dizer se Thomas Cistus está? Acho que sou prole dele, né?